terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Acessibilidades no Gavião

   Este trabalho será sobre as acessibilidades que a Vila de Gavião oferece à população com mobilidade reduzida. Nesta análise apresentarei a ruas e edifícios públicos que estão adaptados a população de mobilidade condicionada. 
   Com este trabalho não pretendo pôr em causa o trabalho de qualquer profissional. O trabalho será sobre o Gavião pois é a vila onde resido e por isso tenho alguns conhecimentos sobre a malha urbana.

   Farei uma análise dos passeios e passadeiras do ponto de vista das acessibilidades da população de mobilidade condicionada. Esta análise é pertinente pois estas são as únicas vias onde os utilizadores pedonais estão salvaguardados. Devido ao envelhecimento da população e à consequente perda de mobilidade é necessário adaptar e manter este espaço em boas condições para que os peões não tenham que utilizar a estrada, espaço destinados apenas aos veículos automóveis, para fazerem as suas deslocações pedonais. Não só os passeios, mas também as passadeiras são importantes, pois são o único local na estrada que o peão pode utilizar estando salvaguardado, por isso é imperioso que as passadeiras estejam acessíveis a todos para que o atravessamento de ruas se faça em segurança. 

   No Gavião, devido ao traçado antigo das ruas, muitas não apresentam passeio, noutras é de dimensões diminutas (menor que uma cadeira de rodas). Muitas outras ruas, por serem mais recentes apresentam dimensões suficientes para a circulação de cadeiras de rodas. Quanto às passadeiras verifiquei que a esmagadora maioria não está rebaixada para facilitar o seu atravessamento com cadeiras de rodas. 
   
   Para fazer esta análise classifiquei o passeio quanto à dimensão necessária para a circulação de uma cadeira de rodas, essa selecção será de Suficiente quando apresenta as dimensões necessárias; Insuficiente, quando a dimensão do passeio é diminuta, ou quando apresenta obstáculos ( degraus de casa, caixotes do lixo, sinais de transito, etc) que impossibilitam a livre circulação de cadeirantes. Quanto aos passadeiras classifiquei quanto ao número de lados rebaixados.

   A vila de Gavião contém 12,710 Km de rua, dos quais 5,415 km de rua são sem passeio, 40%. Nos restantes 7,295 km onde existe passeio, 5,48 km tem a largura suficiente para uma cadeira de rodas circular e apenas 1,8km não têm largura suficiente, ou seja 75 % do passeio tem largura suficiente para uma cadeira de rodas andar. Quanto às passadeiras verifica-se que das 20 existentes, apenas 2 têm ambos os lados rebaixados para facilitar a subida de uma cadeira de rodas. Existem também 6 passadeiras rebaixadas apenas num dos dois lados, facto curioso.
   De seguida apresentarei alguns cartas urbanas com algumas análises que elaborei.
   Aqui está representado a existência ou não de passeio e passadeiras. 

   É visível que são as ruas mais antigas as que não têm passeios, ou quando têm são de dimensões diminutas. 



















   Nesta planta está representado o passeio segundo a sua dimensão. onde é visível que existe uma grande porção de ruas acessíveis. Contudo esta acessibilidade só tem em conta a dimensão do passeio, pois na esmagadora maioria da vila as passadeiras não são rebaixadas e assim não são totalmente acessíveis, sendo necessário utilizar outros desníveis para subir ao passeio. Esta situação é problemática pois a estrada é um espaço de circulação   automóvel que por vezes não têm as devidas precauções com os peões que utilizam a estrada.










  No meu ponto de vista, uma rua para ser totalmente acessível tem que reunir a condições necessárias para que se faça uma circulação sem que se tenha que utilizar a estrada, excepto nas passadeiras, por parte de pessoas de mobilidade reduzida. Assim nesta planta estão representadas as ruas com passeios de largura suficiente e que têm passadeiras rebaixadas dos 2 lados.
   Ruas que reúnem estas condições são bastante diminutas, existem apenas 556 metros dos 7,295 km de ruas são totalmente acessíveis, cerca de 7,6%. 











   Agora elaborei uma carta com passeios com largura suficiente mas em que apenas um dos lados do passeio está rebaixado. Isto é importante porque para tornar estas ruas totalmente acessíveis apenas basta intervencionar um dos lados da passadeira. Existe nesta situação 697 m de passeio, que representam 9,6%.














   Contudo não são apenas os passeios e passadeiras que oferecem dificuldades à mobilidade, as infraestruturas de utilidade pública constituem também um obstáculo que levam à perda de autonomia da população. Em Gavião são poucos os edifícios adaptados à população com mobilidade reduzida. As Finanças, o Registo Civil e a Segurança Social são exemplos de órgão públicos que em nada estão adaptados à população com mobilidade condicionada, apresenta grandes degraus e portas bastante difíceis para abrir. Já no Centro de Saúde todos os passeios e entradas estão rebaixadas e é perfeita mente acessível na parte das urgências, contudo na outra parte o facto de haverem portas bastante pesadas para abrir torna-o impossível ou bastante difícil de aceder autonomamente por pessoas de mobilidade reduzida. Quanto à Câmara Municipal é bom ver o edifício em si está bem adaptando, excepto o facto de também existirem portas de empurrar em vez de automáticas (tipo super-mercado), contudo o que acontece é que os passeios não estão rebaixados fazendo com que um cadeirante não o consiga subir e aceder à Câmara.

   Relembro que com este trabalho não pretendo pôr em causa o trabalho de qualquer profissional. É de relevar que muitos dos obstáculos à mobilidade tiveram origem a quando da construção das ruas, sendo por vezes impossível reverter esta situação. Nesta análise não contemplei a ruas novas ao pé do cemitério porque a sua construção não está acabado, mas é com agrado que verifiquei que todas estas preocupação com as acessibilidades estão a ser levadas em conto nesta nova área residencial.
 
Gostaria de agradecer à Câmara de Gavião que prontamente me cedeu a carta militar necessária para esta análise.

Deixem as vossas opiniões.

Sérgio Mateus

2 comentários:

  1. Efectivamente a inexistência em algumas ruas de passeios deve-se a largura diminuta de algumas ruas e ao fraco trânsito existentes nestas, tem k ser ter em atenção estes aspectos e tb os aspectos culturais e tradicionais de certas ruas, em que se deve manter estas tal e qual como estão para se manter a arquitectura antiga já existente e o património estrutural e cultural. Abraço

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  2. Sim é uma facto que a adaptação dessas ruas mais antiga é impossível. E também é um facto que nas ruas mais recentes estão a ser criadas condições para que hajam todas as acessibilidades necessárias. Mas também considero que há rua em que ainda há pequenas coisas a fazer que vão levar a uma melhora substancial da mobilidade.
    Obrigado pelo comentário João.

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