terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Construção insustentável


  Com esta análise pretendo demonstrar que em Portugal se tem registado, nos últimos anos, um ritmo de crescimento do edificado que não é tolerável nem justificável. Que nos levou a um elevado grau de endividamento pessoal. Pois a facilidade de acesso ao crédito era muito grande.
  Nesta análise compararei a variação no número de edifício com a população residente, entre 2001 e 2011.
  Se observarem este mapa verão quais o concelhos que aumentaram, com cores verdes, e que diminuíram com cores encarnadas, o número de edifícios no período de tempo entre 2001 e 2011.

  Com seria de esperar, visto que Portugal aumento o número total de habitantes, predominam os concelhos de cores verdes. Contudo existem também concelhos que perdem edifícios, sendo eles o concelho de Lisboa, Porto e do interior norte e alguns no Alentejo. Pelo que é-me impossível explicar, com uma justificação sólida, o porquê de tais variações negativas.A meu ver nos conselhos do interior isso deve-se sobretudo ao abandono das habitações, que se degradaram ao longo dos anos, chegando a uma tal ponto de degradação que o INE deixa de as contabilizar como edifício. O INE considera edifício toda a construção permanente, dotada de acesso independente, coberta e limitada por paredes exteriores ou paredes-meias que vão das fundações à cobertura e destinada à utilização humana ou a outros fins.
  O aumento do número de edifícios é justificado pelo aumento da população, mas o que mostrarei em seguida é que existe um vasto número de concelhos que mesmo perdendo população aumentaram o número de edifícios. Em alguns caso esse aumento é mesmo injustificável. Para demonstrar isso mesmo, relacionei a variação da população com o número de edifícios.
  


  Neste mapa representei que perdiam entre 0 e 5 % da população mas que mesmo assim o número de edifícios aumentava.  














  Em seguida concelhos onde essa perda de população foi entre -5% e -10%.
  Como se pode ver pela cor amarela e verde, o edificado aumento mais de 5%, o inverso do que aconteceu com a população. 





  

  Aqui para a variação entre -10% e -15%. O aumento do edificado não foi tão notório.











  Para variação entre -15% e -20%.
















Variação de -20% a -25%.




  E por último decréscimo da população entre 25% e 35%.
Este mapa para mim é o mais estranho, pois os concelhos que mais perdem população tem a variação do edificado muito alta.











  Após esta análise torna-se claro que este ritmo de construção sem que haja necessidade nos haveria de levar à ruína, pois tornou-se muito elevado o nível de endividamento para que se fizessem tais construções. Bem sei que o facto de trabalhar com variações me poderá dar uma ideia um pouco errada da situação real, visto que, por exemplo,se um concelho tiver 9 edifícios ao construir mais 1 o aumento do edificado vai ser de 10%.
  Eu penso que estas preocupações têm que estar presentes nas autarquias. Não só para travar o endividamento mas porque em Portugal existem um grande número de cidades que estão a crescer sem que haja preocupações no ponto de vista do ordenamento do território, cidades como Leiria que estão claramente desordenadas e que necessitam de maiores preocupações nesta área.

Artigo feito por Sérgio Mateus
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2 comentários:

  1. É a prova dos lóbis existentes, que nos fizeram crescer artificialmente e endividar externamente com créditos fáceis. Alimentou muita gente, mas não criou riqueza. É curioso como estamos sempre a dizer que estamos longe do resto da europa, mas as populações em vez de se deslocarem para o interior (mais perto da europa) vão mais para o mar. Gostava de perceber este fenómeno. Tens de estudar isto.

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  2. O facto de a maior parte da população estar junto do mar é devido sobretudo ao facto de que em área litorais o clima é mais ameno, Invernos mais quentes e Verões mais frios que em zonas do interior. E também porque a quando da criação destas cidades a principal via de comunicação era o mar, actualmente é a via mais barata de transportar grandes cargas. Como podes ver na imagem de fundo do blog (lado esquerdo), a maioria das cidades de toda a Europa é junto do mar.

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