quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Reabilitação do centro de Lisboa, um novo paradigma.

  Este "novo" paradigma tem sido um foco de preocupações e uma das prioridades de muitas das instituições e profissionais ligados ao planeamento. O problema da suburbanização na AML é algo que temos que solucionar.
  A suburbanização, num sentido lato, é caracterizada pela preferência da população em habitar áreas mais periféricas. Esta preferência não acontece por acaso, mas sim devido a factores muito variados. O trânsito caótico, o mau estacionamento, a insegurança, a má qualidade do espaço público, o ruído, a poluição, a especulação imobiliária, o edificado degradado, etc... são inúmeros o factores que tornam esta áreas pouco atractivas de população e que levaram a que ao longo da última década esta área se tenha sido despovoado.
  A solução apresentada para estas áreas é só uma, a Reabilitação. Sendo que esta reabilitação não terá que ser feita apenas nos edifícios mas também no espaço público. Todas estas intervenções são muito complicadas e que abrangem campos muito delicados.
  Para que a reabilitação se faça de uma maneira adequada é necessário responder a três perguntas chave: Para quem? Como? Quando? Contudo não basta responder as estas três perguntas. Necessitamos de reunir vontades políticas, como por exemplo: lei do arrendamento; apoios no âmbito fiscal; e desburocratização, os atrasos nos licenciamentos podem levar a um aumento de imóvel de 20 a 50 euros por metro quadrado. É necessário também que haja disponibilidade financeira e é aí que entram os privados ao investirem nesta áreas.
  No que diz respeito ao edificado Lisboaeta verificamos que este se encontra num estado de elevada degradação, muito devido ás políticas de arrendamento Salazaristas, que congelaram as rendas até então. Isto fez com que a manutenção dos imóveis fosse insustentável, visto que grande parte dos arrendatários estão nestas casas a pagar valores muito baixos. Pelo que para solucionar este problema teremos que esperar que estas pessoas abandonem estas habitações. Só depois poderemos começar a reabilitação destas habitações. Este processo é mais caro que construir de novo. Pois envolve processos muito mais técnicos do que a construção de um novo imóvel. Actualmente são muito poucas a faculdades que formam profissionais capazes de o fazer. É também importante referir que a reabilitação se divide em 4 níveis, ligeira, média, profunda ou excessiva. Quanto aos custos elas apresentam preços muito distintos, ligeira custa 8% de uma construção nova, média 15%, profunda e excessiva custa de 600 a 1600 euros por m2 construção nova custa 500 a 1200 m2. Este custos são a grande causa da construtoras imobiliárias não investirem nestas áreas, pelo que haverá a criação de incentivos para as mesmas. Tais incentivos de investimento em Lisboa significariam que, embora de maneira indirecta, haja um desincentivo de construção em áreas periféricas. Isto é um pouco problemático, pois estes concelhos não vão aceitar que as imobiliárias deixem de investir no seu território, tendo como consequência uma diminuição população. Na minha opinião o que se tem de criar, a par de todas as medidas anteriores, é uma forma de compensar os concelhos periféricos. Só desta maneira estes não irão oferecer resistência a tais acções. As medidas a implementar poderiam ser: um investidor ao reabilitar um edifício no centro de Lisboa ganharia créditos que permitiriam construir edifícios com mais andares na periferia, assim quantos mais créditos mais andares seriam permitidos. Este créditos poderiam ainda ser vendidos a outros empresários, criando assim uma pequena bolsa imobiliária.

Artigo feito por Sérgio Mateus

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